segunda-feira, 28 de março de 2011

técnica Laca


Jean Dunand

A laca é incrustação resinosa, produzida em certas árvores, resultante da secreção de insetos, como coccus lacca, encontrados em países do oriente como a Índia e a China.




História


Já praticada na China por volta do século VI a.C., a requintada arte da laca atingiu seu apogeu durante a dinastia Ming, mas continua a desenvolver-se tanto em países do Oriente como em vários países ocidentais.
Como outros vernizes naturais, a laca é uma resina obtida de plantas da família das anacardiáceas, em geral das espécies Rhus succedanea, R. vernicina e Melanorhoea laccifera, originárias do Extremo Oriente. Colhido através de incisão na casca dessas árvores, o exsudado (látex de aspecto cremoso) é purificado por várias filtragens e preservado contra a ação do ar e da luz em recipientes hermeticamente fechados.
Com um pincel muito leve, superpõem-se ao objeto que se pretende decorar, geralmente de madeira, várias (às vezes mais de vinte) camadas finas de laca, que pode ser pigmentada. À aplicação de cada camada seguem-se a secagem, em atmosfera quente, úmida e livre de poeira, e o polimento, para obter homogeneidade e brilho. Sobre o objeto assim preparado podem executar-se diferentes técnicas de decoração: pintura, gravura, incrustação etc.
A laca é também bastante utilizada no acabamento final de instrumentos musicais de madeira.
As chamadas lacas de Coromandel, da costa leste da Índia, foram muito valorizadas na Europa. No Japão, onde a arte da laca foi assimilada no século VIII da era cristã, criou-se um verdadeiro estilo nacional, marcado pelos pintores da escola de Tosa. As lacas importadas do Extremo Oriente apareceram na França no século XVII, e foram apreciadas sobretudo no século XVIII, no embelezamento de móveis. No século XX, a técnica foi praticada, de modo original, por artistas franceses de fama, como Jean Dunand e Pierre Bodot.
Também se dá o nome de "lacas" ou "pigmentos" aos corantes insolúveis em água, mas solúveis em óleos,
 ceras e outros solventes orgânicos. Na fabricação de tecidos, são usadas não no tingimento, 
mas na estamparia, quando se emprega o processo denominado "estamparia por pigmentos". 
É empregada também como elemento aglomerante de partículas na fabricação de abrasivos industriais,
como disco (também conhecido como "rebolo") de retífica, lixadeira, etc.